MUSEU HISTÓRICO DO SENADO FEDERAL

Theresa Catharina de Góes Campos*


Artigo publicado na Revista “Senatus”, cadernos da Secretaria de Informação e Documentação / Senado Federal, Secretaria de Informação e Documentação. Vol. 1, n. 1, dez. 2001, Brasília-DF.


Valorizar e divulgar o Legislativo, resgatando e preservando, de forma organizada e pedagógica, eis o primordial objetivo do Museu Histórico do Senado Federal, que está comemorando dez anos de sua criação.

Criado pela Resolução de nº 26, de 1991, aprovada com emenda do Senador Nelson Carneiro e promulgada pelo Senador Mauro Benevides, em 1º julho do mesmo ano, o Museu Histórico do Senado funciona temporariamente no Salão Nobre, enquanto se aguarda uma instalação definitiva.

O presidente do Senado recebe, no Salão Nobre, autoridades e personagens ilustres, como Presidentes da República, Reis e Rainhas e Primeiros-Ministros.

Do outro lado do salão, podem ser apreciadas as peças que vieram da primeira sede do Senado, o Palácio Conde dos Arcos.  O Senador Pinheiro Machado, político gaúcho que foi Vice-Presidente do Senado e lutou, como voluntário, na Guerra do Paraguai, está representado em um dos quadros ali exibidos.

Os presidentes do Senado da República são ali expostos, destacando-se o Marechal Floriano Peixoto, o primeiro Presidente do Senado na República.

A peça intitulada “Criança e Paz” foi o prêmio que o Senador Nelson Carneiro recebeu da UNICEF, pelo seu trabalho em prol das crianças.

DESTAQUES DO ACERVO

O acervo permite ao público conhecer os Presidentes do Senado no Império.  Com a Primeira Constituição Federal, o Senado foi criado, em 1824, sendo o Marquês de Santo Amaro o seu Primeiro Presidente. Somente em 1826, realizou-se a primeira Sessão Legislativa.

Nas vitrinas encontram-se as urnas de prata que recolhiam os votos dos senadores.  Um tinteiro em bronze de 1868, ficava sobre a mesa do Presidente do Senado, dentro do Plenário.  Duas sinetas convocavam os senadores para as sessões plenárias.  Hoje, utiliza-se uma campainha, que é acionada ininterruptamente até o início da sessão.

O artista plástico brasileiro Athos Bulcão criou, em madeira, o painel escultório, em alto relevo.  Marianne Peretti, artista plástica francesa que é a autora dos vitrais da Catedral Metropolitana de Brasília, criou o outro painel, em vidro e jato de areia, intitulado “O Lago e os Peixes”.

Duas esculturas de artistas plásticos franceses, aproximadamente do ano de 1890, atraem a atenção dos visitantes: O Pensador, de Colinet; e, de autoria de Picaut, Clóvis, o Guerreiro, que homenageia o primeiro rei católico da França.

Relógios e luminárias fizeram parte do acervo do Palácio Monroe, a 2ª sede do Senado da República quando o Rio de Janeiro era a Capital Federal.  Demolido em 1976, das três sedes da história do Senado é o único palácio que não existe mais.

O brasileiro Décio Villares pintou, em 1919, o quadro que mostra uma dama simbolizando a República.  No quadro maior, o rei Alberto da Bélgica – um presente do Parlamento belga ao nosso Congresso por ocasião da visita do rei ao Brasil, em 1920.

O acervo do Museu do Senado exibe, ainda, uma tapeçaria do paisagista e pintor Burle Marx, de São Paulo.

Mulher Nua é uma escultura em bronze, do artista plástico Alfredo Ceschiatti (MG).  Uma das características de seus trabalhos é a face, sempre a mesma nas obras de sua autoria, como se pode conferir nos Anjos da Catedral Metropolitana de Brasília e na Estátua da Justiça, em frente ao Supremo Tribunal Federal.

Com aproximadamente 133 anos, datando de 1867, as cadeiras eram do plenário do Palácio Conde dos Arcos, o Senado do Império, como também do plenário do Palácio Monroe, o Senado da República.  Foram confeccionadas pelos então presidiários do Rio de Janeiro.

No Salão Nobre fica uma das peças mais importantes do Museu, de autoria do artista espanhol Gustavo Hastoy, com moldura de madeira nobre (cedro) e auto-relevo em gesso e folheado a ouro.  A obra retrata a transição do Império para a República, registrando a assinatura do primeiro Projeto da Constituição Republicana de 1890.  No ano seguinte, o Brasil se tornaria República, com a assinatura da Constituição Republicana.  O autor do quadro é o espanhol Gustavo Hastoy.  Sentado à direita do Marechal Deodoro da Fonseca, o primeiro Presidente da República, está o Marechal Floriano Peixoto; atrás da criança, encontra-se Rui Barbosa.  A criança é Mário Hermes da Fonseca, aparentado do Presidente Marechal Deodoro da Fonseca.

HORÁRIO DE VISITAS

O Museu do Senado Federal tem exposição permanente, que abrange o período do Império à República, oferecendo aos visitantes a oportunidade de conhecer dezesseis Estações, que incluem, desde os antecedentes do Senado no Brasil, passando pela modernização da economia e o início do processo de industrialização, a abolição da escravatura e a queda da Monarquia, entre outros períodos, até a atual Mesa Diretora do Senado.

O horário de visitas objetiva atender ao público externo sem prejudicar os trabalhos legislativos no Plenário e nas áreas próximas, freqüentadas pelos Senadores. A natural movimentação dos visitantes e o dinamismo da atividade de visitas não entram em choque com as normas de privacidade e segurança necessárias aos parlamentares.

A equipe de funcionários do Museu também se beneficia profissionalmente com  o expediente interno, dedicado à  realização de planejamento e pesquisas sobre a instituição, aperfeiçoando a exposição permanente e coletando informações, além de cumprir tarefas técnicas que visam à  preservação de seu acervo.

VISITAS COM GUIAS

Visitas com guias são oferecidas nos seguintes horários:

Às segundas, terças e quartas-feiras, pela manhã (das 9h às 12h30), porque as sessões legislativas, nesses dias da semana, realizam-se à tarde; às quintas e sextas-feiras, à tarde (das 14h às 18h), devido à realização das sessões legislativas pela manhã. 

Aos sábados, domingos e nos feriados, as visitas com guias são a grande atração para os visitantes do Museu Histórico do Senado Federal, às 10h, 11h, 12h, 13h, e 14h.

Visitas ao Museu do Senado podem ser um programa cultural regular, para visitantes que sabem apreciar as peças e sua história, retornando várias vezes ao local.

* Jornalista, professora universitária e tradutora do Senado Federal