VEDAÇÃO ACÚSTICA E CONDOMÍNIOS

Agnes Marta Pimentel Altmann

Vivemos em um mundo onde nossos ouvidos são submetidos freqüentemente e prolongadamente a agressões cujos níveis de ruídos são altíssimos, mas o pior é que a maioria não se dá conta dos terríveis malefícios que essa agressão sonora provoca à  nossa saúde tanto no que concerne a desordens físicas (perda do sono e debilitação  das energias), como problemas emocionais (impulsividade agressiva, aborrecimentos)  e mentais (stress, problemas nervosos, neurastenias, psicoses, fobias, etc).

Atualmente a preocupação com o meio ambiente faz parte do processo educativo, visto  que civilização pressupõe a preservação tanto de animais e plantas como também do silêncio e da  harmonia, contribuindo-se para aumentar o prazer da convivência em  comunhão i.e., em condomínio. Para tanto, carece que todos se conscientizem da  necessidade da observância do silêncio, posto que vivemos em edifícios de seis pisos  com baixa qualidade de vedação acústica, e todo ruído dos pisos superiores e até mesmo das paredes conjugadas dos apartamentos repercutem nos imóveis dos pisos inferiores. Excessos têm sido cometidos até em horários não tolerados, tais como  furadeiras, marteladas, arrastamento de móveis, botijões, arrastados  prolongados  de  salto altos, arrumações, músicas anti-sonoras e de péssima qualidade, além de assobios, gritos, barulhos de carros, etc que, somados elevam os índices de poluição sonora nos locais residenciais bem tarde da noite ou cedo de manhã.

O silêncio está se tornando um luxo porque os  ruídos   espalham-se  por  todos os lugares, tornando a vida em sociedade  cada  vez  mais  conturbada e violenta. Precisamos preservar o direito ao  repouso,  ao relaxamento, à tranquilidade e ao aconchego e o melhor lugar  para  usufruí-los  é  nos  imóveis  onde  moramos, não apenas nos parques  urbanos  onde devido à permanente ameaça de violência  já não se pode nem  mesmo  aproveitá-los  como pequenos oásis do silêncio para acalmar nossos
  agredidos ouvidos de tanta poluição sonora.

O objetivo aqui é conclamar a todos a se empenharem em fazer do silêncio uma canção de Amor e Paz. Se se não puder evitar muitos ruídos que se faz durante o dia, que pelo menos à noite, de madrugada, no alvorecer se procure amenizá-los, pois os efeitos  sonoros negativos não prejudicam apenas o ambiente condominial com ruídos  cuja ressonância parece até proposital a qualquer hora do dia e da noite,  quer  nos  dias  normais, quer nos feriados e fins de semana, mas desequilibra também a nossa saúde.  Conforme afirmam os especialistas audiólogos e técnicos de som, o excesso de poluição sonora tem sido um fator determinante no aparecimento de doenças como hipertensão, desritmia cardíaca e até mesmo diabetes que os protetores de ouvido não resolvem e a lei anti-ruído ainda não pune...