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             Ao
            idealizar e fundar o Cineclube dos Educadores aqui em Brasília,
            considerei uma das prioridades a troca de informações pessoa a
            pessoa, por via telefônica e fax, além de pequenos informativos;
            buscando aproximar os seres humanos, numa presença física
            prazerosa de comentários sobre filmes, sua produção, direção,
            fotografia, trilha sonora, seu elenco, marketing e abordando
            aspectos vivenciais. 
             
            Como professora universitária e jornalista responsável pela área
            de comunicação do grupo, com entusiasmo e regularidade faço os
            contatos necessários com os gerentes e divulgadores, obtendo o
            material necessário à divulgação. O fundamental -e agradável
            também- é assistir às obras cinematográficas que enriquecem a
            nossa vida, nos sensibilizam, nos levam à reflexão crítica. 
             
            A importância do lazer como direito de todo ser humano tem sido
            negligenciada, sobretudo nos países em desenvolvimento, onde as
            massas lutam diariamente pela sobrevivência. 
             
            Cabe às elites, portanto, assumirem a responsabilidade de, ao mesmo
            tempo em que se engajarem no processo de democratização autêntico
            (o que não ignora os famintos, os desabrigados, os sem-terra, os
            analfabetos, os injustiçados em qualquer aspecto...), se
            empenharem, concomitantemente, em prol do lazer que educa a
            sensibilidade, informa, socializa, promove intercâmbio cultural,
            conscientiza. 
             
            Caminham lado a lado o cinema e a vida, pois a arte se confunde com
            a própria existência, que reflete e/ou modifica, numa transformação
            de criatividade. Erram os que temem "perder tempo" ao se
            dedicarem a momentos de lazer. Os bons filmes têm um enorme
            potencial: exercitam o cérebro e o coração; abrem possibilidades
            intelectuais; podem ser instrumentos de cidadania universal. 
             
            Alienação resulta do isolamento sem justificativa, e não, do
            olhar e pensamento ativos, à procura de emoções, informações e
            questionamentos. 
             
            As obras cinematográficas nos indicam opções em alguns gêneros;
            em outros, nos fazem rir, muitas vezes de nós mesmos, revelando
            sobre nós o que nos recusávamos a ver; há ocasiões em que nos
            perturbam com tal profundidade que suas imagens e palavras nos
            acompanham durante um longo tempo; a comoção que se apodera de nós
            até nos surpreende, porque já nos tínhamos esquecido de chorar. 
             
            Mesmo quando não se trata de um documentário, um filme-verdade,
            uma dramatização da realidade, pode nos sacudir com intensidade
            inesquecível. 
             
            Vida e cinema: embora adornados por imaginação, fantasia,
            criatividade ficcionais...são realidades que podemos tornar inseparáveis! 
             
            Theresa Catharina de Góes Campos é articulista do 180graus.com 
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